A Associação Brasileira de Arte Contemporânea – ABACT, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, lança em 30 de novembro de 2018 os resultados da 6a edição da Pesquisa Setorial – o mercado de arte contemporânea no Brasil, desenvolvida no âmbito das ações do projeto setorial Latitude – Platform for Brazilian Art Galleries Abroad.
Esta 6a edição da Pesquisa foi conduzida por Silvia Finguerut, responsável pela área cultural da FGV Projetos da Fundação Getúlio Vargas, e mede o desempenho de parte do mercado de arte contemporânea brasileira a partir de dados fornecidos pelas galerias associadas à ABACT, participantes do Projeto Latitude, referentes ao ano-exercício de 2017. A estrutura da pesquisa e metodologia aplicada seguem os padrões das edições anteriores, o estudo traz uma análise de gestão, governança, da relação das galerias com os artistas e desempenho financeiro do setor. Quanto à metodologia aplicada, trata-se de uma pesquisa do tipo quantitativa. As 45 galerias que participaram da pesquisa responderam um formulário digital, durante o mês de agosto de 2018.
A título de contextualização nacional e internacional, além dessa base, a equipe da FGV anexou dados gerais sobre o setor, disponíveis na internet e outros meios, -, uma pesquisa foi feita com 10 galerias internacionais e, por fim, utilizou dados da pesquisa UBS/Art Basel Report 2018.
Para Luciana Brito, presidente da ABACT, “a Pesquisa Setorial é uma ferramenta essencial para nortear a continuidade das atividades do setor em nível global, orientando o conjunto de ações de apoio à exportação a serem propostas no curto, médio e longo prazo”.
Dados da 6ª Pesquisa Setorial – o mercado de arte contemporânea no Brasil
A média do número de colaboradores por galeria participante da pesquisa é 8,91. Dessas, 86% mantiveram ou aumentaram o número de colaboradores. O item que mais onera os custos das galerias, segundo a pesquisa, é a participação em feiras, o que corresponde a 20% das despesas, seguido de folha de pagamento (18%), impostos (14%) e gastos com infraestrutura (13%). Os principais obstáculos ao setor apontados pelos galeristas são o alto custo para a participação em feiras, mencionado por 76%, além da instabilidade econômica do país (62%) e carga tributária (49%).
O mercado de arte contemporânea brasileira superou o período recessivo anterior. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC, as exportações definitivas e temporárias de obras de arte e antiguidades somaram US$ 153 milhões em 2017, sendo que as galerias participantes do Projeto Latitude (associadas à ABACT) responsáveis por US$ 65 milhões, cerca de 42% do total. Para 49% das galerias o volume comercializado aumentou, para 16% delas manteve-se o mesmo patamar de vendas, e para 36% diminuiu.
Com relação ao balanço das vendas, a terça parte das galerias opera na faixa de até R$ 1 milhão, outro terço vende de R$ 1 milhão até R$ 3,6 milhões e 37%, superior a R$ 3,6 milhões. No ano de 2017, foram comercializadas mais de 6 mil obras de arte, tendo cada galeria vendido em média 49 pinturas, 32 esculturas, 23 fotografias, 10 desenhos, 4 instalações e 2 vídeos.
As galerias organizaram, em média, 5,76 exposições individuais, sendo que 40% delas realizaram de 5 a 7 exposições e 29%, de 3 a 4. Quanto às coletivas, estas têm em média 1,82 exposições anuais por galeria.
A participação em feiras nacionais ficou na média de 2,24 por galeria em 2017, sendo que 62% delas participaram de 1 a 2 feiras; 28% de 3 a 5 feiras; e apenas 4% das galerias não participaram de nenhuma. Nas feiras nacionais 63% das galerias tiveram lucro, 16% prejuízo, 12% não tiveram lucro nem prejuízo, 7% retorno indireto de vendas.
Quanto às feiras internacionais, as galerias associadas à ABACT participaram de uma média de 2,47 feiras. 33% das galerias participaram de 1 a 3 feiras, 20% participaram de 4 a 5 feiras e 4 % de 6 a 7 feiras. 38% delas não participaram de nenhuma feira internacional, enquanto 38% das galerias não participaram de nenhuma. Nas feiras internacionais, o balanço da participação foi o seguinte: 41% tiveram lucro, 37% prejuízo, 15% não tiveram lucro nem prejuízo.
As vendas de obras de arte são prioritariamente realizadas no mercado nacional (81%). Apenas 19% do volume total de vendas diz respeito ao mer¬cado internacional, que se concentra nos Estados Unidos (71%), Inglaterra (18%), Espanha (16%), Colômbia (13%) e França (11%). Quase a totalidade das galerias (96%) par¬ticipou de feiras nacionais em 2017 e mais da metade (60%) par¬ticipou de feiras internacionais.
A clientela das galerias tem predomínio dos colecionadores brasileiros (64%), coleções corporativas estrangeiras (15%), colecionadores privados estrangeiros (14%), arquitetos, decoradores e art advisors (12%). As instituições internacionais que mais adquiriram obras das galerias são: Centro Georges Pompidou (17 obras); Private Institutions – New York (10), MOMA NYC (10), Marrakech Museum (6), Art Jameel (4) e Chicago Art Museum (3).
“O mercado de arte contemporânea brasileiro está cada vez mais amadurecido e vem crescendo, seja nacional ou internacionalmente”, conclui Silvia Finguerut, coordenadora geral da pesquisa.
Acesse a Pesquisa Setorial aqui.
Fonte: https://portal.apexbrasil.com.br/noticia/6A-PESQUISA-SETORIAL-ANALISA-O-MERCADO-DE-ARTE-CONTEMPORANEA-BRASILEIRO/